quinta-feira, junho 10, 2010

Demônios

Lembro-me de um amigo o qual eu não conversava há muito tempo e que resolveu me procurar naquele dia. Chegou um pouco mais gordo, com várias folhas de papel na mão. Na porta, apenas me falou que queria conversar em particular.

Entramos em um quarto e ele foi direto na janela. Fechou a cortina e disse que poderia estar sendo espionado pela Abin ou CIA. Foi quando me pediu ajuda, entregando os papéis, que pareciam formar um livro impresso na internet. Era um manual militar e estava tudo em inglês. Deduzi que ele quisesse ajuda na tradução, mas ainda assim achava aquilo tudo estranho.

Enquanto eu passava o olho nas páginas, meu amigo falava que os Estados Unidos queriam invadir o Brasil e que ele havia conseguido interceptar o plano através daquele relatório. Então ele me pediu que enviasse os papéis para a embaixada da Russia.

Meu Deus, meu amigo está louco. Pensei. Em seguida, senti um certo receio em tentar trazê-lo para o mundo real e concordei em entregar o documento secreto aos camaradas russos.

Hoje o frio adormece minhas mãos e um breve ensaio sobre a loucura e suas facetas surge em minha mente. Pareço entender a embriaguez que dominou meu amigo naquele dia. Hoje, passados alguns anos, distante do lugar onde ocorreu aquele encontro.

Aqui, comprei uma luz de cabeceira para não dormir sozinho nos escuro. Mas hoje, converso com demônios e eles me dizem que posso tudo. Hoje, dormirei com a luz apagada.