sexta-feira, outubro 24, 2008

Anal giratório

Tammy – Japa Mestiça
Faço todas as posições
Anal giratório
4325 – XXXX



 Enquanto você faz uma chamada em um orelhão, pode observar uma série de anúncios bizarros e surpreender a pessoa do outro lado da linha. Ao invés do tradicional alô, gargalhadas e uma pergunta para o amigo: “o que é um anal giratório?”.

- Porra, tá achando que eu sou viado?
- Pô, Alê. To falando sério. Tem um anúncio aqui no orelhão. Tammy, japa mestiça. Anal giratório.
- Ah velho, sei lá. Liga pra ela, ué.
- Eu não. Sou tímido. Vai que ela me zoa por eu não saber o que é um anal giratório.
- Hahahaha! Ah meu, já to indo pro boteco. Chegando lá você pergunta pra galera.
- Mas se a galera me zoar vou falar que você também não sabe.

Não seria nenhuma novidade dizer que o assunto animou a mesa do bar. Para minha surpresa, ninguém sabia explicar exatamente o tal do anal giratório. Então as sugestões apareceram.

Sugestor 1: A mina deve girar o seu pau.
Contestador 1: Como assim, girar meu pau? Vai torcer a parada?

Sugestor 2: Ah, vai ver ela tem tipo um mecanismo, um controle. Quando ela pisca o brioco ele gira.
Contestador 2: Porra, ela então tem um motor instalado no toba?

Tony, o cara mais sério da mesa também tinha uma hipótese.

“Seus manés. É giratório porque ela rebola sem deixar o pau sair”.

Todos: Hummmm... Tá entendido, heim?
Tony: É, vai tentar fazer isso. É por isso que a mina é profissional.
Contestador 2: Úhhhh? Quer dizer que você já tentou?
Tony: Vai se fuder!

A explicação do Tony era convincente, mas todos se recusavam em aceitar um significado tão simples para o emblemático anal giratório. E as hipóteses continuaram.

O Valtão, que parece o personagem Leôncio do desenho Pica-Pau e tem a voz do Homer Simpson, sugeriu algo...bem... algo escatológico, digamos assim.

“Vai ver ela faz esse anal giratório quando tá com diarréia e solta um jato giratório de merda na sua cara”.

Todos: Puta que o pariu Leôncio. Vai se fuder!

No fim, acabei passando o número da Tammy para todos eles.

quinta-feira, agosto 14, 2008

Girando, girando...

Criei uma fascinação por máquinas de lavar roupa. Observar as roupas girando por uma janelinha redonda e em seguida se deliciar com o barulho da água que é despejada por um cano. A água desemboca em um pequeno tanque de lavar roupas, que hoje serve apenas para receber a água da máquina.

Um processo que me acalma e me deixa aflito. Aflição quando a máquina começa a girar mais rápido. Treme tudo, cara.

Um transformador 110/220v começa a andar em cima dela. Um copo utilizado como medidor de sabão também anda. Observei ele andar até cair. Depois o coloquei novamente em cima da máquina. Ele tornou a andar e cair.

As roupas saem limpas e perfumadas após alguns minutos. E eu tenho uma diversão extra enquanto fumo um cigarro. Seria legal se existisse uma máquina como essa para seres humanos. Entrar dentro, girar, girar e sair mais limpo.

Se bem que não. Acho que vomitaríamos com todo aquele giro. E há sujeira que nunca sai, principalmente a da mente, a da alma.

terça-feira, julho 15, 2008

Big city story

São inúmeras as opções de refeição em uma cidade grande. Todas elas com uma pitada de desconfiança. O cozinheiro, o garçom, as pessoas ao seu redor. Todos podem te engolir. Ou seria paranóia?

Depois de alguns tragos, a melhor opção é pedir o prato mais gorduroso, o mais “pedreiro”, sentar no balcão e fazer cara de mal para todos.

Não esperava que minha encenação fosse quebrada por uma cega. Ela estava sentada sozinha em uma mesa. Esperando algum garçom anotar seu pedido.

Enquanto eu me distraía com as ilustrações de pratos pregadas na parede, ela decidiu sentar no balcão, na esperança que alguém finalmente a atendesse.

Veio cambaleando, de óculos escuros e batendo sua bengala de cega. Acertou minha perna e em seguida pediu desculpa. Sentou dois bancos após o meu, pediu uma taça de vinho e o cinzeiro.

Tomou o primeiro gole e acendeu um cigarro. Tudo simetricamente. Sabia onde estava a taça, onde estava o cinzeiro. Eu já até suspeitava de sua cegueira e a evitava olhar diretamente.

Acho que ela sabia de tudo que se passava ao seu redor. Podia sentir o cheiro do meu sanduíche e de minha jaqueta impregnada a cigarro. Distinguia todas as conversas, talvez.

Pensei em tentar uma conversa. Mas talvez fosse isso o que ela esperava para então me fisgar e aplicar algum golpe. Coisas de cidade grande. Inúmeras refeições, personagens, vítimas...

Ou talvez ela sempre freqüentasse aquele local em busca de companhia, ou fosse apenas uma cega alcoólatra. Creio que foi melhor não ter perguntado nada.

quarta-feira, abril 16, 2008

O dia será ótimo

" O problema é que eu penso demais. Deito por volta de 1 da manhã e fico rolando na cama, pensando em qualquer coisa. Qualquer data, mulher, amigo, bebedeira, ressaca, trabalho, cidade, no que eu comi no jantar em 14 de abril de 1986 ou se houve jantar.

Perto das 3 da matina eu levanto e tomo dois comprimidos de calmante. Ligo a tevê e a desligo uns 20 minutos depois.

Acordo perto de meio dia. Faço um café, encho uma chícara e vou até a janela ver o povo lá em baixo. Acendo um cigarro e solto um peido, daqueles que parecem revelar que o dia será ótimo".