sexta-feira, abril 29, 2022

A qualquer momento

Minha estante está cheia de livros que nunca lerei. Tenho uma lista de músicas que nunca escutarei. A qualquer momento, ou daqui a dois, cinco ou vinte anos, morrerei. Sem fazer tudo que planejei. Acumulamos um montão de desejos e coisas para suprir o vazio da certeza de que tudo acaba a qualquer momento. Tentar dar sentido ao caos é arte e religião, daquelas que espalham sangue, gozo e terra pela cara. Assim nascemos e morremos em meio à escuridão. A vida é um ensaio de erros, acertos, arrependimentos, choros, crises de pânico e ansiedade. Por fim, o alívio chegará antes do salvador pregado na cruz. Deixem ele em paz.

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