Meu avô dormia com o revólver debaixo do travesseiro.
Já eu, durmo com o celular para despertar e não perder a hora.
Até o tempo o vô devia matar muito bem. Só o conheci de ouvir falar.
Dizem que ele sumiu depois de 1964. Coisa de revólver.
Já eu, contento-me em matar pernilongos com raquete elétrica.
Mas sei que o tempo muda tudo e devora todo mundo, seja o indivíduo com revólver, celular ou raquete elétrica.
Só ficam as baratas. Essas eu geralmente tenho dó de matar. Nem digo que é medo, para não pegar mal.